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Os Sermões de António Vieira, tal como os de outros autores, não tinham originalmente a forma sob a qual nós os conhecemos. Estes foram, sem dúvida alguma, aperfeiçoados tendo em vista a sua publicação.
Todo o Sermão era metodicamente preparado e seguia as linhas da retórica clássica. Antes de ser pronunciado havia um longo trabalho por detrás, como poderemos ver através do seguinte quadro:
PARTE
OBJECTIVOS
l. INVENTIO (invenção)
Procura-se o tema do Sermão
2. D1SPOSITIO (disposição)
Faz-se um plano no qual as ideias apareçam bem estruturadas.
3. ELOCUTIO (elocução)
Com base no esquema anteriormente elaborado compõe-se o discurso.
4. MEMORATIO (memorização)
Memoriza-se o discurso tendo sempre em mente o plano traçado na Dispositio.
5. PRONUNTIATIO (pronunciação)
Apresentação (exposição). Esta inclui não só a voz como os movimentos adequados ao tema a tratar.
De uma forma muito sintética, o discurso deve conter:
Exórdio → Apresentação do tema. Pretende-se alcançar a benevolência, a simpatia e a atenção dos ouvintes.
Confirmação → Apresentação dos argumentos.
Conclusão → Deverão ser amplificados os melhores argumentos. O tom deverá ser mais forte e mais dinâmico.
Os únicos Sermões em que o Padre António Vieira não segue os preceitos da retórica clássica são o Sermão da Primeira Sexta-Feira da Quaresma e o Sermão da Primeira Dominga do Advento. No primeiro refere: «Seguia-se agora exortar os príncipes a este amor e beneficiência (...) Mas este meu Sermão hoje será a primeira oração evangélica que, contra as leis da retórica, acabará sem peroração»; no segundo não apresenta exórdio.
SERMÃO DA SEXAGÉSIMA COMO UMA ARTE DE PREGAR
No prólogo do volume I dos Sermões do Padre António Vieira pode ler-se: «Se chegar a receber a última forma um livro que tenho ideado com o título Pregador e Ouvinte Cristão, nele verás as