As relações de Estado e Poder
O termo Política vem do Grego politiká, uma derivação de pólis que designa aquilo que é público. Sendo assim, a política refere-se a administração dos bens comuns a toda a população e busca representar a mesma, concentrando-se no uso do poder proporcionado pela própria política. No entanto, não existe apenas um tipo de política. O autor Marco Aurélio Nogueira, em seu livro “Em defesa da Política”, mostra que existe no mínimo três tipos de política, e podem ainda existir várias outras. A primeira delas a ser explicitada é a “política dos políticos”, a qual é caracterizada como uma política com pouca política, uma vez que seus utilizadores têm como objetivo o exercício do poder. Sua prática, segundo Nogueira, não há porque ser condenada, apesar de a primeiro momento parecer desprezível, não é, pois, não existe nada condenável na posse do poder. Contudo, esse tipo de política está sempre em considerável risco, uma vez que pode tornar-se a “política dos politiqueiros”, centrada apenas na demagogia favorecendo, as denominadas por Gramsci, “pequenas ambições”. A segunda delas, é a chamada “política dos cidadãos”, concentrada em buscar o bem comum, valorizando o diálogo, a participação crítica e as necessidades de seus cidadãos. Essa é uma política com muita política, justamente por aceitar a ideia de que a política pode ajudar o grupo a ir além, buscando sempre melhorias para a sociedade como um todo. Apesar de ser uma política de grupos, não se pode eliminar a presença de lideranças que tendem a ser carismáticas, pois os tipos de políticas citadas podem vir a se fundirem e formarem uma política mista, uma vez que “as duas políticas são como faces da mesma moeda: não vivem uma sem outra e alimentam-se reciprocamente” (Nogueira, Em defesa da política, p.62). O último tipo de política defendido pelo autor, é a chamada “política dos técnicos”. Esta vem a se contrapor as outras duas políticas citadas, a “política sem política” que é