As prisoes da miseria
Pequeno resumo e sintetização dos conceitos chave desta obra de Loïc Wacquant
Para começo, e de modo a situar e classificar criticamente “As Prisões da Miséria”, beberiamos de Pierre Bourdieu a sua apreciação: "As prisões da miséria mostra com talento como a desregulamentação da economia e a destruição do Estado social acarretam e exigem por toda parte o súbito fortalecimento do Estado policial e penal. Um livro capital para diagnosticar - e conter - a revolução neoliberal que redesenha a face do mundo."
Por toda a Europa propaga-se a tentação, inspirada no modelo americano, de angariar apoio nas instituições policiais e penitenciária para suster as desordens causadas pelo desemprego em massa, pela imposição do trabalho, assalariado e precário, e pela retracção da protecção salarial. E, por toda a América Latina, os políticos importam as técnicas agressivas de segurança "made in USA", entre elas a da "tolerância zero", como solução mágica para o problema crucial da violência criminal. Mas esta opção, que vai na direcção contrária da consolidação de uma sociedade democrática, significaria (r)estabelecer uma verdadeira ditadura sobre os pobres.
Ao ligar problemática criminal e questão social, este livro activo e metódico, publicado em 13 línguas, revoluciona os termos do debate sobre violência, justiça, política e prisões em todo o mundo.
O Estado liberal, e de forma actualizada o neoliberal, preocupa-se com o livre mercado económico, não implementando medidas assistencialistas que talvez possam impedir o aumento da criminalidade, ou seja, o Estado não implementa acções no campo socioeconómico, mas apenas o controlo policial-penitenciário. Assim, centra-se mais na repressão do que na prevenção.
Actualmente, a economia tornou-se o centro do mundo, tirando o lugar ao ser humano. Com a supremacia do capital sobre o social, torna-se imprescindível reforçar as acções que procuram garantir a “segurança”. O descuido do Estado para com os