AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR Amartya Sen e Bernardo K.
Capítulo 3: Qual é o propósito da Democracia
Dentre os notáveis acontecimentos do século passado está o reconhecimento da Democracia, segundo o autor, como forma de governo aceitável, pois é um modelo de governo maleável, que se ajusta a qualquer nação. O autor menciona aqui os acontecimentos no Iraque para nos levar à reflexão sobre a possibilidade de a Democracia “sair pelo cano de uma arma”.
Mesmo diante da aceitação da democracia como modelo de governo, sua eficácia em países pobres ainda é questionável. A democracia, para alguns, tem sido menos eficiente que alguns governos autoritaristas, no que diz respeito ao desenvolvimento econômico e promoção do crescimento. Do outro lado há os que defendem a ideia de que ela está fundamentada em valores ocidentais, o que inviabiliza seu uso em outras sociedades.
A partir dessas ideias o autor continua indagando: “qual é o eixo central da democracia?”. Para tentar chegar à resposta o autor traz as sábias palavras do Filósofo John Rawls a respeito da Democracia. Para ele a democracia não tem de ser vista apenas em termos de cédulas e votos, mas em termos de “racionalidade pública”, discussão pública e encontro racional. Na política Rawls afirma que a objetividade exige “uma estrutura pública de pensamento que seja capaz de proporcionar uma visão de concordância de julgamento entre agentes racionais. Mas para que essa racionalidade seja atingida é necessário que os indivíduos tenham vontade política de ir além de seus interesses pessoais.
A partir do conhecimento do “eixo central da democracia”, o autor procura, em seguida, refutar a ideia de que a democracia é uma ideia essencialmente ocidental. Mesmo a tradição dos debates públicos, a pratica da eleição por meio de votos terem surgido na Grécia Antiga, caracterizando o início de um modelo democrático, não há espaço para afirmar que a democracia é um objeto ocidental. Essa ideia se dá por três razões.
A primeira é classificada