As Novas Formas de Subjetivação

As novas formas de subjetivação

I . Introdução
Existir como indivíduos e ter consciência disso guarda uma relação íntima com a possibilidade de se reconhecer como sendo ser humano ele mesmo sujeito de suas vivências, sabedor de que é uma unidade, ou seja, o sujeito é ele mesmo e só ele.
O sentimento de identidade é o âmago da subjetivação do ser humano,adquirida ao longo dos processos identificatórios pelos quais passa o sujeito. A primeira identificação, conforme ensina Freud, ocorre no Complexo de Édipo, quando o menino renuncia a mãe, seu objeto de desejo libidinal, se identifica com o pai, tem esse desejo interditado e inaugura o Supereu, instância da lei e da cultura.
O grande Outro, com todas as implicações da lei e da cultura, passará então a ser o norte do sujeito. A cultura, no entanto, é passível de mudanças, absorve conceitos, é formadora de outros tantos e pode, assim, ir trabalhando a subjetividade dos membros de sua sociedade, numa troca incessante, de forma dinâmica e dialética.
É natural, portanto, que ocorra no mundo pós-moderno mudança na filosofia do sujeito. Apresenta-se algo diverso, de certa forma desconcertante e traz uma nova problemática do sujeito. O sujeito assiste impotente o desenrolar de uma crise que leva de roldão os valores que até pouco tempo marcavam sua história.
O modelo capitalista requer um sujeito diferente daquele até então presente, e para tanto, apresenta ferramentas eficientes para moldar este sujeito pretendido. A era da rapidez, a comunicação full time, os espaços virtuais, a exposição ao olhar do outro, desnudam a insuficiência dos instrumentos interpretativos do sujeito frente a um mundo tão rápido e conturbado (Birman, 2003, p.15), ao tempo que pedem um sujeito que consiga subjetivar-se de outras maneiras, um sujeito que seja consumidor de coisas, de gadejts,1 de outros sujeitos e até de si mesmo.
É sobre essas novas formas de subjetivação que se constituem as indagações do mundo atual e que este estudo