As gramaticas de Edson Numes cap3

Cap 3 – A Constituição do Insulamento Burocrático e do Corporativismo e a Nacionalização do Clientelismo
Com a entrada de Getúlio Vargas na presidência o país iniciou um estado de state building caracterizado pela centralização política, administrativa e uma intervenção na economia, que se intensificaram após 1937 com a instauração da ditadura do Estado Novo. Durante os 15 anos do mantado de Vargas foram incorporadas 3 novas gramaticas entre as relações Estado e sociedade, são elas: corporativismo, insulamento burocrático e universalismo de procedimentos. Essa três gramáticas “modernizantes” se fundiram e se adaptaram com uma gramatica antiga, o clientelismo, que foi inserida nas instituições formais por meio da operação de um sistema político que beneficiava os grupos locais e estaduais que eram dominantes na República Velha.
Pano de Fundo
No final da década de 1920 forças urbanas, como militares, intelectuais e a classe média, começaram a ergue suas vozes contra o sistema arcaico da República Velha (1981-1930), que era caracterizado por oligarquias regionais, conservadorismo e clientelismo. O crescente descontentamento, diante desse cenário, levou a Revolução de 30, colocando na presidência Getúlio Vargas. Ele assumiu uma série de desafios: nas políticas internas havia uma coalização de apoio político fragmentado, uma depressão econômica que ameaçada os oligarcas cafeicultores e o próprio Estado; na economia externa o país tentava renegociar a dívida externa, e ainda as pressões dos bancos estrangeiros na imposição de medidas reorganização das finanças brasileira como uma garantia dos pagamentos dos emprestimos.
Com esses desafios, Vargas tomou uma série de medidas que durou de 30 a 45 mudando para sempre a face brasileira. Dentre as medidas, houve a intervenção estatal na economia, políticas de proteção ao café, centralização de todas as decisões políticas na esfera federal, centralização política, reforma administrativa, modernização e racionalização do