As Fugas dos Escravos Perspectiva Histórica do século XVIII e XIX

O número de escravos no Piauí nunca foi muito grande, até a efetiva extinção de tráfico (1850), o número de escravos negros crescia; e daí por diante passou a decrescer.
As mortes entre escravos eram grandes. Nas fazendas e nos sítios eles não tinham dormitórios decentes e nem roupa suficiente que os cobrisse. Já sendo pouco cuidadosos de si, nem mesmo procuravam evitar o que lhes fazia mal. Pelo contrário, desejavam as moléstias para terem algum descanso.
A fuga foi um sinal de protesto. O escravo demonstrava sua revolta contra o cativeiro de diversas formas: recorrendo ás autoridades, roubando e depredando o patrimônio do senhor, ou fugindo da fazenda.1
A fuga foi uma forma frequente de o escravo buscar sua liberdade, livrar-se da violência que sofriam dos donos. Não se intimidavam com as dificuldades de sobrevivência que enfrentariam, nem com os riscos dos castigos comumente aplicados aos fugitivos. Em geral, buscavam o interior das matas, onde conseguiam encontrar maior segurança. Ocultar-se nas cidades seria quase impossível, pois numa cidade onde moravam poucos habitantes todos perceberiam se um “desconhecido” por ali perambulasse. As pessoas, livres ou escravas, numa pequena comunidade eram conhecidas, apontadas.
Fugir não era fácil, a fiscalização e o cerceamento da vida do escravo eram feitos por todos: pelos senhores e pelos próprios escravos que, em busca de recompensa, deletavam a fuga do escravo fugitivo. E encontra-lo não era difícil: anúncios, pessoas “autorizadas” em várias cidades para receberem o escravo.
Em 95% dos casos as fugas eram feitas por homens com média de idade de 26.4 anos. As mulheres que fugiam levava seus filhos menores ou o fizeram com seus companheiros.²
O escravo fugia para se libertar da submissão da escravidão, quando: era jovem, não era preto, tinha boa saúde e força física, tinha boa habitação para o trabalho, além de inteligente, falador, ou seja, tinha condições específicas e com elas poderia se manter em outro