AS CORES DA BAÍA DE TODOS-OS-SANTOS

AS CORES DA BAÍA DE TODOS-OS-SANTOS
Primeiro museu de arte urbana de Salvador leva a arte para comunidade do Solar do Unhão
Fernanda Sobral
Quem frequenta o MAM provavelmente já reparou nas casinhas à beira-mar que compõem a paisagem do local. Foi lá na comunidade do Solar do Unhão que surgiu o MUSAS, Museu de Street
Art de Salvador. Idealizado pelos grafiteiros Marcos Prisk, Júlio Costa e Jocivaldo “Bigod” Silva, criadores e integrantes do coletivo de grafite Nova 10 Ordem, e pela designer de moda, Thais
Muniz, o MUSAS foi inaugurado em agosto de 2012 e funciona como museu a céu aberto, reunindo grafite, esculturas, cinema, fotografia e moda.
A ideia inicial do projeto surgiu em janeiro de 2012, quando o coletivo Nova 10 Ordem resolveu fazer uma pintura na comunidade em comemoração a “Revolta dos Malês”. “Quando chegamos lá ficamos encantados. A arquitetura era muito bonita, mas estava tudo muito largado”, conta Júlio
Costa. Com as idas constantes à comunidade, os artistas pediram autorização aos moradores para pintar algumas vielas e muros. Estava feita a primeira ação de integração criativa do coletivo. Uma coisa levou a outra e então acabaram alugando uma casa no local, que no início servia como apenas como espaço para fazer refeições e guardar materiais mas que logo se transformou em um espaço para exposições. “A gente queria criar um espaço que pudesse servir para artistas de que não tem a chance de levar o seu trabalho a uma galeria paga”, afirma Marcos Prisk.
O Grafite e a comunidade
Quando surgiu, o MUSAS não tinha intenção de ajudar a comunidade. “A gente veio pela vista maravilhosa da Baía de Todos os Santos e pelo preço do aluguel. Em momento algum a ideia foi dizer que estamos fazendo o bem através do grafite”, explica Júlio. Apesar de refutar qualquer ideia de assistencialismo, Júlio reconhece que mesmo “sem querer”, através de visitas, interesse da mídia e divulgação via redes sociais, o MUSAS acabou gerando benefícios para a