AS CIDADES COLONIAIS DO NOVO MUNDO
No final do século XV e no início do XVI, os índios dos planaltos são exímios na metalurgia do cobre, do ouro e da prata, mas ignoram o uso do ferro. A natureza não colocou à sua disposição, como o fez para a humanidade do
Velho Mundo (Europa), o motor muscular do boi e do cavalo. Não há coesão alguma a ligar um povo a outro, nenhuma coesão social interna. A propriedade individual não ligou o homem à terra. O que há é uma civilização que, no caso asteca, não acredita nela mesma e que ao otimismo cristão só pode opor o pessimismo fundamental de sua mitologia cruel. A luta entre o índio e o espanhol, que representa a civilização européia em plena revolução técnica, é a luta da panela de ferro contra a panela de barro. Do outro lado do Atlântico, a Europa estava saindo da Idade Média. Na sua extremidade ocidental, a Ibéria, nas fronteiras da Cristandade e em contato com o mundo árabe, que a impregnou durante oito séculos, acabou de terminar a reconquista com a tomada de Granada (10/01/1492). Com o seu casamento, os Reis católicos, Isabel de Castela e Fernando de Aragão, realizaram o primeiro esboço da unidade espanhola.
Esses dois fragmentos desiguais da humanidade desenvolveram-se paralelamente, sem interferências. Entraram em contato no final do século XV por intermédio dos povos ibéricos.
Descobrimento (1492-1519)
No dia 24 de dezembro de 1492, Cristóvão Colombo fundava na ilha de
Hispaniola, a atual São Domingos, o modesto estabelecimento de Navidad.
Alguns homens e um tosco fortim: o embrião do Império "no qual o sol nunca se punha". Depois, Colombo voltou à Espanha para aí ser triunfalmente recebido pelos Reis Católicos.
Após garantir o domínio sobre as terras e populações americanas, os espanhóis executaram uma série de práticas que redesenharam a feição das relações sociais do espaço americano colonizado. Mais do que simplesmente viabilizar uma forma de atingir seus interesses, a presença do homem europeu trilhou a