ARTIGO não próprio A psicologia da educacao na formacao docente
Ligia de Carvalho Abões Vercelli
Mestre em Educação – Uninove;
Docente na pós-graduação lato-sensu em Psicopedagogia – Uninove.
São Paulo – SP [Brasil] ligia@uninove.br Pretende-se, com este artigo, apresentar três aspectos que têm sido discutidos pelos pesquisadores que estudam a Psicologia da
Educação e que têm contribuído para o ensino dessa disciplina nos cursos de formação de professores: a concepção de homem, a multiplicidade de correntes teóricas que integram essa disciplina e a relação entre teoria e prática pedagógica.
Palavras-chave: Complexidade. Formação de professores.
Psicologia da Educação.
Dialogia, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 223-233, 2008.
Artigos
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Introdução
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A interlocução entre psicologia e educação há
O primeiro aspecto refere-se à forma de conceber o ser humano. Para elucidar essa questão, é necessário recorrer à história da Psicologia.
No século XIX, a burguesia moderna ganha importância como classe social, e as transformações decorrentes dessa ascensão passam a refletir na ciência e na Psicologia. Assim, enfatizam-se a razão e a liberdade do homem, características que possibilitariam a transformação do mundo objetivo. A ênfase no próprio homem também contribuiu para o crescimento da burguesia cedendo lugar a uma ciência com base na razão.
Surge, dessa forma, a ciência moderna: experimental, empírica e quantitativa. Além disso, Bock
(2002) ressalta outras características também determinantes da ciência do século XIX: é positivista, porque se baseia no observável; racionalista, porque enfatiza a razão como possibilidade de descobrir as leis da natureza; mecanicista, porque tem como base a idéia do funcionamento regular do mundo; associacionista, porque acredita que as idéias se organizam na mente por meio de associações, produzindo o conhecimento; atomista, por acreditar que a organização das partes forma o todo, e determinista, por pensar o mundo como um conjunto de fenômenos de