Artigo Mensalao

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS CAMPUS III – DCH III
COMUNICAÇÃO SOCIAL / JORNALISMO EM MULTIMEIOS

AMANDA FERNANDES ROCHA

JUAZEIRO - BA
OUTUBRO 2013

A justiça tarda... E falha

Inacreditável. Utilizando a forma mais irônica possível da palavra, é assim que a justiça brasileira pode ser descrita. Às vésperas do bater do martelo para a condenação dos réus do mensalão, surge uma pedra no meio do caminho: os embargos infringentes.
Com este recurso, os condenados poderão ter penas mais brandas, além de a maioria passar do status de regime fechado para semiaberto. Prova mais que viva que não existe justiça penal para milionários no Brasil – milionários que, diga-se de passagem, só adquiriram esse título às nossas custas.
Após a descoberta do desvio de cerca de 173 milhões de reais dos cofres públicos para a compra de votos dos parlamentares, já são oito anos de espera do intitulado “julgamento do século”. E nem o clamor do povo (intensificado nas manifestações de início em junho) foi o suficiente para amolecer o coraçãozinho do ministro Celso de Mello. Ele foi o responsável pelo Voto de Minerva que decidiu a concessão de reavaliação do julgamento.
O ministro parece não se importar muito com a opinião pública já que, segundo suas próprias palavras dadas para a edição da Folha de São Paulo no dia 26 do mês passado, “não pode se submeter a opiniões externas”. Seu interesse maior parece estar no “cumprimento dos direitos dos réus”. Os embargos, como antes já dito, além de abrandar as penas, de certa forma prolongam o julgamento. Isso nos frustra. Parece uma situação hipotética de decisão de copa onde só há o jogador, a trave e a bola e, mesmo assim, ele erra o gol.
No Brasil, política virou sinônimo de corrupção, que sequer nos choca. Nascemos e fomos criados num país onde a corrupção parece ter se entranhado e crescido junto com a formação cultural do povo. E o pior é que, com tantas