Artifo Trânsito, violência e impunidade

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ARTIGO – Trânsito, violência e impunidade
Ricardo Ferraço —
O Carnaval de 2011 foi o mais violento dos últimos anos e rendeu manchetes nos principais jornais do País. Só nas estradas federais foram 4.165 acidentes, com 2.441 feridos e 213 mortes – muito mais que no ano passado, quando morreram 143 pessoas. E é bom lembrar que o balanço feito pela Polícia Rodoviária Federal não inclui as rodovias estaduais nem as vias municipais, onde os acidentes com mortes também se multiplicaram.
Por trás dos números estão histórias dramáticas. O ônibus que se chocou com um caminhão em Santa Catarina, matando 27 pessoas. O motorista bêbado que capotou o carro, causando a morte do sobrinho de 14 anos e deixando feridos outros quatro adolescentes, no Espírito Santo…
São muitas e muitas histórias que tiram parte do brilho do nosso Carnaval e trazem mais uma vez à tona os problemas de sempre: a desatenção e a imprudência dos motoristas; a falta de campanhas educativas permanentes; a fiscalização falha e a má conservação das estradas. Este ano, a chuva forte e o aumento absurdo do fluxo de veículos, por causa do aquecimento da economia, agravaram o cenário de violência nas estradas.
Certo é que não podemos continuar contando e lamentando os mortos no trânsito apenas em feriados prolongados. Por que não nos escandalizamos com os cerca de 100 brasileiros que morrem diariamente, em decorrência de acidentes de carro? A Polícia Rodoviária lembrou bem: é como se um avião lotado explodisse a cada três dias no Brasil…
Multiplicadas ao longo de um ano, contam-se mais de 36 mil mortes nas ruas e estradas do País. Não é exagero algum dizer que o trânsito no Brasil mata mais que qualquer guerra, qualquer catástrofe natural. O que mais causa espanto, porém, é que se trata de uma “tragédia anunciada”, expressão essa até comum quando se fala de violência no trânsito.
O que podemos esperar quando multiplicamos, numa velocidade espantosa, o número de carros nas ruas sem uma formação adequada

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