Articulação temporo-mandibular

SIMÕES-ZENARI e LOPES BITAR (2010) realizaram uma pesquisa envolvendo 141 crianças entre 4 e 6 anos de idade, em três centros de educação infantil na região oeste de São Paulo. Para constituir a amostra foi entregue a todos os pais, um protocolo de investigação de aspectos relacionados à presença de bruxismo. O questionário apresentava questões que seriam respondidas pelos pais se a criança apresenta hábitos orais como ranger dentes, respirar pela boca ou roer unhas. Como resultado, observaram elevada ocorrência de bruxismo entre as crianças 55,3%, dentre as quais, 76% queixaram-se também de dor de cabeça e 35% dormia menos do que o recomendado pela idade. O bruxismo em crianças tem se tornado uma preocupação crescente nos últimos anos devido ao seu impacto negativo na qualidade de vida e também por ser considerado importante fator de risco para disfunções temporo-mandibulares.

DINIZ, SILVA e ZUANON (2009), tendo como objetivo apresentar uma revisão de literatura sobre o bruxismo na infância selecionaram os artigos mais relevantes sobre o tema publicados desde 1907 até 2007. A pesquisa foi realizada no Medline abordando os fatores etiológicos, as características clínicas, os sinais e sintomas, a importância do diagnóstico por parte dos pediatras e odontopediatras e o tratamento multidisciplinar desta condição parafuncional. Segundo a literatura pesquisada, o bruxismo é definido como um hábi¬to não funcional do sistema mastigatório, caracterizado pelo ato de ranger ou apertar os dentes, podendo ocorrer durante o dia e durante o sono. A etiologia é multifatorial e a lite¬ratura sugere vários fatores associados: dentário, fisiológico, psicológico e neurológico. As forças exercidas pelo bruxismo podem provocar distúrbios em diferentes graus nos dentes e nos tecidos de suporte, na musculatura e na articulação temporomandibular. Os autores concluíram que o conhecimento dos fatores etiológicos e das características clínicas do bruxismo na infância é fundamental