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O QUE FAZER COM O CURTA-METRAGEM?
Qualquer atividade industrial ou comercial só tem possibilidades de sobrevivência caso existam as grandes, médias e pequenas empresas. E o que é o filme de curta-metragem na atividade cinematográfica? É a pequena empresa. É ela que abre espaço para o novo diretor e a sobrevivência dos técnicos e artistas de qualidade a serem mantidos na entre safra da produção cinematográfica. Mas como manter esse tipo de filme ou vídeo de curta duração se os filmes somente são exibidos em festivais ou de graça na Internet, nos celulares ou por um preço irrisório em algumas emissoras de sinal codificado. É preciso e necessário para a sobrevivência do curta-metragem, seja documental ou de ficção, abrir espaços que lhes são de direito. Ano a ano perdemos espaços de exibição e comercialização do curta mantendo-o viável. Não adianta o curta permanecer num gueto. O pouco espaço que obtivemos através da campanha “O curta é nosso” envolvendo na ocasião as ABDs, ABRACI, o STIC, o SATED e muitas outras entidades. Foi uma campanha vitoriosa. Estávamos presentes nas salas de exibição através da Lei do Curta. Um curta-metragem era apresentado antes de um filme de longa-metragem e captava 5% da bilheteria o que começava a tornar viável a existência dos filmes de curta duração. A lei foi boicotada pelos próprios exibidores e esvaziada finalmente pelo Governo Collor. O curta foi e sempre será o nascedouro de novos cineastas. Desde os famosos prêmios JB patrocinados pelo recém extinto Jornal do Brasil de onde emergiram cineastas como Arnaldo Jabor (com o seu curta “Opinião Pública”). Foram muitos prêmios internacionais que nos deram prestígio e visibilidade. O que nos restou como janela de comercialização e exibição do curta? Não vemos nenhuma iniciativa por parte dos políticos em defesa do curta. Não vemos nenhuma proposta dos presidenciáveis para este tipo de filme. É preciso que o setor pense sobre isso e estabeleça uma nova bandeira de luta para a