Arte ameríndia

No que diz respeito a arte produzida pelos ameríndios, nos deparamos neste estudo proposto no decorrer do curso, com diversos autores que se dedicaram a analise da produção material destes diversos povos do continente americano. Entendendo aqui que talvez o objetivo de muitos autores não fosse discutir conceitos estéticos desta produção, mais sim procurar contatos entre as formas e significados desta arte que poderiam estabelecer relações que caracterizam os modos de organização social e expressões dos ameríndios. Os índios Asurinís do Xingu são um destes povos ameríndios estudados pela autora Regina Pollo Muller. Ela estuda a arte desse povo através da pesquisa do grafismo produzido por eles, seja esse grafismo aplicado na decoração de objetos de cultura material, como vasos, cestos e outros, ou na decoração do próprio corpo dos membros dos índios Assurinís. A autora estabelece uma relação de comunicação entre os objetos e os indivíduos no cotidiano ou em rituais, tanto no aspecto utilitário como no aspecto estético que prevalece neste sistema de comunicação e relações sociais. Segundo Muller “a arte de desenhar sobre alguns objetos enfatiza este sistema de comunicação, reafirmando o valor estético dos objetos da cultura material na comunicação de mensagens sobre as relações e sobre o conteúdo intrínseco da própria forma” (MÜLLER, 1993:217). Entre a sociedade dos índios Asurinís, destaca-se a produção de formas geométricas para decorar os objetos vasos de cerâmica, que cada formato e tamanho serve de suporte para determinada função, que vão desde uso para rituais e de uso cotidiano. Assim como na cerâmica, no corpo a elaboração da pintura também segue algumas regras e critérios.
A divisão do corpo em áreas para decoração obedece a outras regras além das formais. Trata-se de critérios como sexo, idade e atividade que determinam categorias sociais, marcadas no corpo, através destes signos visuais (MÜLLER, 1993:226).

Concluímos então que Regina Pollo Muller