Arquitetura

Quando o Museu Guggenheim de Bilbao abriu as portas, oito anos atrás, o mundo se surpreendeu com a estridência de suas formas, criadas pelo arquiteto americano Frank Gehry. As 30.000 placas de titânio e lajotas de calcário, projetadas em planos côncavos e convexos como pétalas de uma flor estilizada, sugeriam que se estava diante não apenas de um projeto arrojado, mas de algo novo na arquitetura moderna. O tempo confirmou essa impressão. Nos últimos anos, pelas mãos de Gehry e de colegas seus, todos alçados à condição de estrelas, a arquitetura enveredou pela era dos prédios-esculturas. Na fachada dessas construções, os arquitetos materializam suas fantasias artísticas, sejam elas inspiradas na natureza, nas tradições culturais de seus países ou em qualquer referência do mundo das artes que lhes dê na telha. Para isso, contam com uma ajuda inestimável da tecnologia. Hoje, cálculos feitos por programas de computador permitem erguer prédios com qualquer formato, por mais que eles pareçam desafiar as leis da gravidade. "Considero meus prédios como esculturas que interferem na paisagem", admite o arquiteto espanhol Santiago Calatrava, que assina o edifício Turning Torso, inaugurado há quatro meses em Malmo, na Suécia. A construção vai se retorcendo em torno de seu eixo à medida que os andares se sucedem.
O fenômeno dos prédios-esculturas tem diferentes explicações, dependendo da região do globo onde se verifica. Em países endinheirados pelo petróleo do Oriente Médio, como os Emirados Árabes Unidos, essas construções exóticas servem principalmente como chamariz para o turismo. Dubai, em particular, conseguiu se tornar um destino turístico em alta no mundo ao erguer uma série de obras faraônicas – e sempre muito extravagantes –, como o hotel Burj Al Arab, com sua fachada em formato de vela de barco. Atualmente, o incorporador americano Donald Trump pilota em Dubai a construção de um enorme hotel em forma de tulipa dourada. Em algumas cidades da Europa, a principal