Arquiteto, Urbanista e Designer

791 palavras 4 páginas
Há anos estou reformando uma casa em São Paulo. Quem já entrou numa reforma sabe que há data para começar, mas jamais para terminar. É uma construção antiga, com vitrais e um belo jardim. Quando comprei o imóvel, pensei: “Esta é a casa de um escritor”. Penso que, quando morar nela, serei mais feliz.

Reformar imóveis tem sido uma atividade constante na minha vida. Motivo pelo qual há anos peguei cisma de arquitetos e, faz pouco, demiti o último. Um profissional é responsável pelas plantas. Para tocar a obra, o engenheiro que se tornou também meu amigo, Marcelo. Comprei o apartamento em que vivo na planta. Chamei uma profissional famosa para a finalização e o interior. Expliquei que não podia gastar muito. Mostrei meus móveis.

– Vou aproveitar tudo! – disse ela.
Foram surgindo sugestões: poltroninhas, um móvel que ela mesma desenhou... Cada vez que eu dizia não, ela me lançava um olhar penetrante. Arquitetos, designers de interiores ou, como diziam antes, decoradores, desenvolvem um olhar especial que parece dizer: “Como você é brega!”. No susto fui topando. Ainda implorei:
– Adoro aquela mesinha. Ela não pode faltar.
Na hora de montar a sala, cadê lugar para ela? Pior: o ar-condicionado não funcionava. A arquiteta afirmou: o ar fora testado, sem problemas. Mas algo em minha memória se remexeu. Lembrei-me! Durante a obra, a construtora me enviara os controles. Estavam no cofre intactos. A arquiteta mudara os aparelhos de lugar, e os canos estavam com cimento. Liguei:
– Como vocês testaram, se os controles estão comigo?
Silêncio abissal.
No final, quando eu reclamava de algo, ela respondia:
– Mas isso não é minha cara...
– Quem vai morar aqui sou eu!
De novo, o olhar de desprezo absoluto, como se eu fosse um selvagem defendendo minha caverna.
Não sou a única vítima. Um amigo assustou-se quando sua arquiteta trouxe uma mesinha constituída por duas tábuas com pregos aparentes, na faixa dos US$ 10 mil. Ela praticamente retrucou que ele era um poço de mau

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