Arquitectos e Politicos
Barcelona, Departament de Composició Arquitectónica UPC, Outubro 2005, pp.68-79
Gonçalo Canto Moniz, Arquitecto
Assistente do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
+351938380274
gmoniz@darq.uc.pt
A década de 30 em Portugal é marcada pela reestruturação do aparelho do estado e do funcionamento da sociedade civil em função do programa político de Salazar, formalizado em
1933, com a aprovação de uma nova constituição. A constituição vem dar corpo ao Estado
Novo, legitimando um conjunto de reformas que governaria Portugal até 1974.
Entre 1932 e 1943, Duarte Pacheco foi o construtor, no terreno, dessas reformas, dinamizando o Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC) através de uma organização que permitiu construir diversas redes de equipamentos em todo o território português. Para tal, desenvolveu um método de projecto que uniformizou o modus operandi das diversas comissões e dos diversos técnicos que constituíam a orgânica do ministério e que terá sido o principal fio condutor das propostas apresentadas.
No entanto, os restantes ministros tiveram também uma acção fundamental na definição de estratégias de actuação, criando diversas instituições que naturalmente obrigaram à construção de edifícios centrais e de edifícios de apoio regional e local. Esta acção terá definido as redes de equipamentos, isto é, os critérios de actuação no território e os programas funcionais que enquadram os diversos edifícios. Assim, os ministros terão funcionado como clientes do MOPC.
1. Um novo modelo de sociedade
Os primeiros anos da Ditadura Militar são marcados pela falta de orientação política que leva à sucessiva queda dos governos. A presença de António Oliveira Salazar em alguns desses governos é gerida com subtileza procurando construir “um compromisso entre diversas forças políticas da