Aristoteles Etica Nicomaco

7910 palavras 32 páginas
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Felicidade e contemplação em Aristóteles:
A primazia da sapiência

Autor: Sávio Laet de Barros Campos.
Bacharel-Licenciado e Pós-Graduado em
Filosofia Pela Universidade Federal de Mato
Grosso.

1. Introdução

O presente artigo versa acerca do tema da eudaimonia (felicidade), concebida como theorein (contemplação), na Ética a Nicômaco de Aristóteles. O texto não é um comentário literal sobre a obra do Filósofo, não tem a intenção, portanto, de exaurir sequer os temas que contempla. Na verdade, o trabalho deseja apenas destacar o que, segundo nos parece, sejam os principais movimentos lógicos do texto, privilegiando, neste enredo, os argumentos concernentes à felicidade, concebida como contemplação.
A nossa tese é clara: a ética aristotélica culmina na contemplação das coisa imutáveis e necessárias, na participação do homem na vida divina e no pensamento de Deus. Em outras palavras, há uma operação, a saber, o theorein, que começa pela intuição dos primeiros princípios, chamada nous, e se desenrola na epistéme das causas altíssimas, que Aristóteles chama de filosofia primeira, mas que, posteriormente, foi denominada de metà tà physiká, que designa, especificamente, uma epistéme que versa acerca do que vem depois da physis, que
Aristóteles coloca o bem supremo do homem. Ora, esta operação, a saber, a contemplação
(theorein), conquanto seja uma operação humana, isto é, realizável e adquirível pelo homem, transcende, ao mesmo tempo, a dimensão do humano, pois alcança, por assim dizer, o vértice da natureza do homem, fazendo com que ele entre no âmbito do divino, no bojo das coisas excelsas, que se encontram, pois, acima da sua natureza, já que o homem também se acha inserido na physis. Desta feita, queremos salientar que, já Aristóteles, prevê esta abertura do homem para o que o “transcende”, isto é, para as coisas divinas, e que é na realização desta operação que ele alcança a sua felicidade perfeita e, consequentemente, a atualização plena das potencialidades da

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