Argumentos contra o tratamento de perversão

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Argumentações contrárias ao tratamento da perversão

Como foi visto, a perversão se caracteriza por uma fixação do desvio quanto ao objeto de desejo, e pela exclusividade de sua prática. Essa sexualidade estaria definida e cristalizada, por conta de um prejuízo na estruturação do Édipo na vida da criança. O perverso sabe o que quer, sabe o foco do seu desejo, mas nega a raiz de onde ele se originou, considerando a realidade e ao mesmo tempo a negando, substituindo-a pelo seu próprio desejo. Dessa forma, ela seria, segundo Freud, uma posição subjetiva especifica constituídas na dialética edipiana, ou seja, um tipo de funcionamento psíquico com especificidade estrutural.
Freud traz, então, que os perversos satisfeitos raramente demandariam analise e seriam refratários ao tratamento psicanalítico. O fato de os sintomas serem sentidos como prazerosos acabaria sendo um fator complicador no tratamento psicanalítico das perversões.

Do ponto de vista desses sujeitos “perversos” seus comportamentos considerados desviantes são vivenciados como parte integrante do sentimento de identidade, mesmo tendo em vista a censura moral a propósito de seus quereres. Um dos fatores que poderiam caracterizar o chamado perverso é justamente o fato de que ele não tem escolha. Para alguns indivíduos, tais práticas sexuais não despertam conflitos, uma vez que não são sentidas como compulsivas ou como condições exclusivas para o prazer sexual. Qualquer que seja a modalidade sexual, esses indivíduos raramente abandonam suas soluções eróticas. Para eles, perder o único sistema de sobrevivência sexual de que dispõem seria o equivalente à castração (Santos &Ceccarelli, 2009).

No agir perverso é o outro quem vai oferecer a prova de que a castração não faz mal, de que a diferença entre os sexos não é a causa do desejo sexual e de que a cena primitiva é como o autor do roteiro a criou. Há, assim, uma solução mágica da tensão interna, o que faz com que a procura compulsiva por parceiros

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