Arcadismo

Arcadismo ou Neoclassicismo (Análise Poética)

Recreios poéticos na Companhia de Marília
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-me! olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!

Naqueles arbustos o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára.
Ora nos ares sussurando gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira
Mas tristeza que a morte me causara
Bocage
Estudo do texto 1- Na primeira estrofe, apresenta-se a musa do poeta. a) Quem é a musa? b) Qual função da linguagem predomina na estrofe? c) Essa função torna a linguagem mais objetiva ou mais subjetiva? 2- O cenário do poema é idílico e bucólico. Transcreva os versos que comprovem: a) A harmonia em que vive o homem do campo. b) O clima ameno da região campestre. c) O estimulo à relação amorosa 3- Na última estrofe, o eu lírico aponta um motivo que seria suficiente para transfigurar o bucólico cenário. a) Qual é esse motivo? b) As expressões alegre campo e manhã tão clara opõem-se a quais vocábulos? 4- Por que esse poema é considerado como pertencente à fase árcade de Bocage? Justifique.

Insônia
Oh retrato da morte, oh Noite amiga
Por cuja escuridão suspiro há tanto tempo!
Calada testemunha de meu pranto
De meus desgostos secretária antiga!

Pois manda Amor, que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalhado no teu manto;
Ouve-os, como costumes, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga:

E vós, oh cortesões da escuridade,
Fantasma vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!

Quero fartar acudi aos meus clamores:
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.
Bocage

1- O eu lírico dirige seus versos a dois receptores. a)