Apresentação à bioética

Dentro do contexto científico e tecnológico uma das áreas que mais evoluiu foi a Bioética. A bioética teve um grande avanço em 1971 pelo cancerologista norte americano Van Rensselaer Potter, onde publicou a obra “Bioethics: a bridge to the future”. Os avanços conquistados dentro da bioética nestes 27 anos foram considerados extraordinários, pois a visão original da bioética vista por Potter focalizava-se como uma questão ou um compromisso mais global frente ao equilíbrio e preservação da relação dos seres humanos, diferente da publicação do livro “The principles of bioethics”, escrito por Beauchamp e Childress em 1979 no qual difundiu-se e sedimentou-se nos meios científicos.
A bioética dos anos 70 e 80 veio a ser conhecida como “principialismo” (desenvolvimento da bioética a partir de quatro princípios básicos): dois deles de caráter deontológico (não maleficência e justiça), outros dois de caráter teleológico (beneficência e autonomia). O principialismo é uma forma de se expressar dentro da bioética, sendo que já existem outras linhas de expressão como o contextualismo, naturalismo entre outros. Dos segmentos citados destaca-se o contextualismo que defende a ideia de que cada caso deve ser analisado individualmente dentro do seu específico contexto social, econômico e cultural.
Em interface com a ciência e valores ético-morais, a bioética está atenta em não separar o que se pode fazer nas ciências da vida e saúde, do que se deve ser feito com relação aos direitos humanos. O discurso bioético faz intersecção entre as tecnociências, ciências humanas e sociais, bem como direito e politica. Essa multidisciplinaridade da bioética que tal como integradora de diversos campos do saber faz dela o veiculo mais indicado para resolver impasses em temas polêmicos como: aborto, pesquisa com células-tronco embrionárias, pesquisa com seres humanos e animais, transplantes, eutanásia, transgênicos, clonagem e energia nuclear. Sendo assim, o objetivo do estudo bioético é