Apontamentos texto Apesar do Cativeiro - Sherol dos Santos

765 palavras 4 páginas
Apontamentos sobre o texto: APESAR DO CATIVEIRO: FAMÍLIA ESCRAVA EM SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA. Sherol dos Santos

Texto extraído da dissertação de mestrado, defendida em 2009.
Fontes utilizadas: Registros de batismo; historiografia sobre o tema
Referencial teórico: Sidney Chalhoub, Stuart Schwartz,
Recorte temporal: Séculos XVIII e XIX

A autora começa o texto fazendo uma crítica a historiografia que se tinha até o momento, que via o sujeito do escravo como um ser passivo frente a sua condição. Afirma que os estudos sobre a família escrava são recentes, tendo em vista que sua existência era ignorada, embasada em argumentos tais como a inferioridade racial e a pressão do próprio sistema. Sherol indica que há relatos de viajantes, em sua maioria europeus, sobre as famílias, criticando a forma como estas se criavam, tendo em vista a lógica moral cristã. Além do relato de tais viajantes, a autora cita o etnólogo Nina Rodrigues, o qual aponta que a inferioridade racial é baseada em fenômenos científicos e por isso, a raça negra não teria condições de possuir laços familiares. Novamente, a autora critica a historiografia da década de 1930, com ênfase no livro Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, que mesmo se utilizando de novas fontes, tal como as cantigas de ninar para demonstrar a influência da cultura negra dentro da formação da sociedade brasileira, segue o mesmo senso comum da promiscuidade e libertinagem, retirando a questão do prisma da ciência e a colocando em um socioeconômico. Outra crítica que a autora fará dessa historiografia, é a fundição da família branca com a escrava, pois denota uma ideia de “brandura” entre as relações, o que não seria o caso. Neste momento o escravo ainda era visto como um ser passivo, fato bem reafirmado pela autora neste trecho que ela retira do livro Histórias de Famílias Escravas:
[...] se havia promiscuidade, esta não era obra da “raça inferior” (que ele mesmo usa entre aspas, em tom irônico), mas da “superior”, uma
vez

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