Análise sobre o conto 'o impostor", philip k dick
[O Impostor]
A marca mais interessante do conto, e talvez da obra de Philip K. Dick, talvez seja o questionamento do indivíduo. Afinal, o que caracteriza o indivíduo? Em “Impostor” ele mais uma vez coloca a questão visceralmente para o leitor. Um robô com as mesmas memórias do protagonista pode mesmo ser ele? A resposta vem com o decorrer do conto e é positiva. Sim, as memórias são o que fazem o indivíduo, mas o que fazem o individuo para ele mesmo, porque para alguém, para alguém próximo de verdade o robô não pode enganar. Nelson, o principal amigo do personagem principal, nunca é enganado pelo robô, nem mesmo quando todas as provas parecem apontar para sua inocência.
Outra sensação que é posta para o leitor, durante todo o conto, é o que o ser humano pode fazer movido pelo medo. Pela simples suspeita de uma ameaça, ele pode matar uma pessoa que conhecia por muitos anos. Essa é a reflexão durante toda a narrativa, até culminar no final surpreso e revelador de que o ser humano estava certo nesse caso, de que a desconfiança em períodos de guerra, deve estar sempre presente.
O último aspecto que gostaríamos de destacar é o gatilho da bomba que é uma frase ouvida pelo robô. A frase pode ser qualquer coisa e está a todo o momento preocupando todos os personagens do conto. Essa constante preocupação, esse constante estresse com um fim eminente é uma fortíssima característica do conto. A revelação de que essa frase é exatamente o que ele falaria após descobrir que é um robô é ainda mais