Análise documental do Currículo do Estado de São Paulo na perspectiva de Basil Bernstein
Gilvonete Schimitz do Prado
O documento - Currículo do Estado de São Paulo – Ensino Fundamental ciclo II e Ensino Médio, proposto em 2008, a fim de estabelecer um currículo básico para as escolas da rede estadual nos segmentos acima citados, teve como pretensão subsidiar e apoiar o trabalho realizado na escola bem como “contribuir para a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos.” Este documento encontra-se disponível em todas as escolas públicas da rede estadual de São Paulo e também na internet. Estabelecendo um paralelo com a teoria de Berstein (1996, 1998) as regras do dispositivo pedagógicas são: distributivas, recontextualizadoras e avaliativas, as quais estão relacionadas aos campos de produção do conhecimento, reprodução e recontextualização. Atentaremos-nos a este último aspecto. Para compreendermoss o que Bernstein entende por campo recontextualizador oficial e campo recontextualizador pedagógico e então estabelecer uma relação com o Currículo Oficial do Estado de São Paulo julgamos importante entender a relação que o autor estabelece com as regras distributivas, uma vez que segundo Berstein, essas regras estão hierarquicamente vinculadas, de modo que as regras distributivas regem as recontextualizadas e estas, por sua vez, regem as avaliativas. Bernstein compreende as regras distributivas como o elemento cuja função é a de regular as relações entre poder, grupos sociais, formas de consciência e de prática, de modo que “distribuyen las formas de conciencia mediante La distribuición de diferntes formas de conocimiento” (Bertein, 1998, p.58), o que nos remete às teorias críticas do currículo bem como alguns autores como Bourdieu, Apple, Althusser, que nos leva a refletir sobre questões de poder, ideologias e interesses de grupos dominantes a partir do currículo. Tais regras distributivas, desse modo, regulam o tipo de conhecimento que os