Análise do livro "a carne" de júlio ribeiro

RIBEIRO, Júlio. A Carne. Ed. Escala
Um dos melhores livros que representa o Naturalismo retrata uma mulher diferente dos padrões impostos, uma mulher com desejos sexuais, com vontades próprias, capaz de decidir sobre seu presente e futuro, sem a imposição de outro.
Nesta ficção, temos Lenita, como uma mulher decidida, e Barbosa, a quem Lenita integrará suas vontades mais íntimas, sem pudores ou máculas, fazendo o que o corpo e a mente queriam: viver o mais sublime ato de seres humanos e animais, viver os prazeres da carne.
O Livro traz a temática Naturalista, abordando questões sexuais, no caso da mulher que não podia expor tais vontades, divórcio, problemas sociais, o problema da escravidão, as agressões sofridas pelos escravos, igualando-se o instinto animal ao humano (corrente Darwinista), trechos extremamente descritivos.

Algumas observações:

* Uma mulher com vontades próprias. “Já sabe eu não quero me casar” (Pág. 10) * Ia de encontro com a maioria, as mulheres queriam se casar com grandes homens, ricos e poderosos.
“Dê preferência com homens medíocres. Os grandes homens em geral não são bons maridos”. (Pág. 10) * Desejos sexuais
“E tinha ímpetos de comer de beijos as formas masculinas estereotipadas no bronze”. (Pág. 16)

* O tratamento cruel que os escravos recebiam.
“O Administrador abriu o tronco, o negro ergueu-se bafo, trêmulo, miserável. Sob a impressão do medo como que se lhe dissolviam as feições.
Caiu de joelhos, com as mãos postas, com os dedos nodosos enclavinhados.
Era a última expressão do rebaixamento humano, da covardia animal.” (Pág 31)

* A crueldade humana, em seu mais profundo íntimo. Lenita sente um frenesi ao ver o escravo sendo torturado.
“Lenita sentia um como espasmo de prazer, sacudido, vibrante; estava pálida, seus olhos relampejavam, seus membros tremiam. Um sorriso cruel, gelado, arregaçava-lhe os lábios, deixando ver os dentes muito brancos e as