Análise do filme "Um Método Perigoso"

ANÁLISE DO FILME “UM MÉTODO PERIGOSO”

O filme 'Um Método Perigoso' é baseado na peça The Talking Cure, do britânico Christopher Hampton, inspirada, por sua vez, no livro de John Kerr, A Most Dangerous Method. A história mostra o conflito intelectual entre os psicanalistas Sigmund Freud (Viggo Mortensen) e Carl Jung (Michael Fassbender). Conflito que tem como principal catalisador a paciente Sabina Spielrein (Keira Knightley). O longa-metragem propõe-se a contar sobre os primórdios no movimento da Psicanálise – um método de investigação e compreensão da vida psíquica e também sua terapêutica – iniciado pelo então psiquiatra judeu Sigmund Freud, em Viena (Áustria), no final do século XIX e levado a frente por seus discípulos, incluindo o jovem suíço Carl Gustav Jung. Jung chegou a ser considerado por Freud como o “príncipe herdeiro” da psicanálise, quase como um filho. Em meio a essa relação entre os dois teóricos do movimento psicanalítico há a jovem paciente de Jung, Sabina Splierein, que cria uma triangulação que veio a ser importante tanto para o desenvolvimento pessoal dos três personagens quanto para o desenvolver-se da psicanálise e um posterior rompimento de Jung com Freud – que culminou na criação de sua própria corrente teórica intitulada Psicologia Analítica. O filme tenta, através de seus três personagens masculinos principais, exemplificar a Teoria dos Níveis de Personalidade de Freud. Otto é o ID, em linhas gerais, o instinto, a libido. Freud é o Superego, que aponta quando um comportamento é inadequado. Já Jung é o ego, um mediador entre o ID e o superego. Perspectiva muito interessante, levando-se em conta que nós todos vivemos esse “conflito” interno, analisando se nossa vontade está de acordo com o que é socialmente aceitável. Ainda que não seja um filme biográfico, mas apenas um filme com dados históricos, é mais uma vez a psicanálise que é posta em questão ora como tratamento, ora como teoria que carece ainda de validação. Jung