Análise do filme "CIDADE DE DEUS"

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Em “Cidade de Deus”, a câmera como participante-observador e a “voz over”de
Buscapé nos levam a uma visão próxima do documentário, fenômeno relacionado ao fato de uma ficção não ser somente reprodução imaginária. Daí as revoltas de moradores da cidade de
Deus no que se refere a algumas “verdades” mostradas no filme.
A distância entre o realismo fabricado e a aparente captura da realidade mesma pode ser vista como a diferença entre evidência e argumento. Para Bill Nichols, um dos fascínios do filme é justamente a facilidade com que ele funde ambos. O que podemos perceber é que - a despeito dos elementos de ficção do filme “Ônibus 174” e dos elementos de documentário do filme “Cidade de Deus” – sons e imagens em ambos os filmes funcionam como signos que carregam significados que lhe são conferidos por sua função dentro do texto como um todo.
Destarte, há documentários mais objetivos os quais mostram mais imparcialmente uma realidade. Não obstante, os signos utilizados em “Ônibus 174” revelam um documentário que mostra uma versão dos fatos. Em “Cidade de Deus”, os signos são apresentados de forma a possibilitar uma leitura mais aberta.
Em “Cidade de Deus”, a voz do texto desaparece por trás dos personagens que falam ao espectador. Os dois filmes têm em comum o fato de serem um simulacro, um discurso sobre a realidade.
Devemos esclarecer que toda nossa análise refere-se ao modo como é representado o bandido em ambos os filmes. Estamos cientes de outros enfoques possíveis, como o papel da polícia por exemplo, apenas nossa escolha diz respeito ao banditismo. Destarte, há em
“Cidade de Deus” – apesar da possibilidade de uma leitura mais aberta - uma sugestão à teoria do criminoso nato, embora possamos pensar em Zé Pequeno como fruto do seu ambiente, não obstante Buscapé seja diferente. E, em “Ônibus 174”, sugere-se a teoria do bandido como produto das condições sociais. Ambas são visões, ou melhor, representações do banditismo

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