Análise do filme abril despedaçado

Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Pato Branco
Curso de Licenciatura em Letras Português e Inglês

ANÁLISE DO FILME “ABRIL DESPEDAÇADO”
Juliana Prestes de Oliveira1

Segundo Orlandi a Análise do Discurso é importante para que possamos verificar a prática e o movimento da linguagem, o uso do discurso pelo homem, e com isso compreendermos melhor a língua e seu papel na formação do homem. É analisando o discurso que conseguiremos perceber como se dá essa relação do homem com o meio onde está inserido, com os conhecimentos e informações já adquiridos e assim notar as cargas ideológicas existentes no discurso.
Ao observarmos o filme “Abril despedaçado”, percebemos a constituição dos objetos do discurso ao longo do tempo nas famílias Breves e Ferreira. Esse objeto seria constituído através das gerações, onde cada chefe de família instrui seus filhos e ensina as tradições. Isso é percebido quando vemos o pai de Tonho afirmando que era obrigação dele manter a honra da família, que ele deveria cobrar o sangue que foi derramado, que Tonho só tinha que matar aquele que matou seu irmão, seria
“homem com homem, olho no olho”. Outro fator que nos leva a ver que esse costume é antigo é na cena em que os retratos da família são mostrados, indicando todos aqueles que morreram em nome dessa honra.
Esse discurso das famílias vem se formando desde a época da escravidão, onde os Ferreira e os Breves começaram as disputas de terra. Percebemos isso quando o Menino conta o início da briga e que com ela “todo mundo ficou cego”, o que nos indica que nada mudou com o passar dos anos, que as famílias estão cegas pela ganância e disputa. Outro ponto que nos mostra que a rotina e os costumes não são quebrados é o fato dos Breves executarem as mesmas tarefas todos os dias, desde que ficaram sem os escravos, não mudando a forma de se sustentarem e viverem. Como quando o menino comenta, no momento que os bois
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Juliana Prestes