Análise do conto"clara dos anjos"

ANÁLISE DO CONTO CLARA DOS ANJOS DE LIMA BARRETO

Cláudia Rocha
DATA: 2-12-2011
Lima Barreto (13/518/81 a 1/11/1922). Fica difícil falar de sua obra sem abordar sua biografia trágica. Filho de pais mulatos, ele sofreu com a discriminação racial, perdeu a mãe ainda criança e o pai enlouqueceu quando ele tinha 22 anos. Sendo assim, teve que assumir a educação dos irmãos. Devido aos transtornos que passara o jovem escritor sempre teve na bebida seu refúgio e, isto não o fez menos escritor. Mas em sua obra ele tratava sempre do racismo, alcoolismo, preconceito, pobreza etc. Como diz Madeira (2000, p.295-296): Estes fragmentos autobiográficos onde Lima pratica uma literatura experimental são textos com modulações de vozes particularmente complexas. Escrevendo do subterrâneo, busca explorar níveis da consciência até então inacessíveis à representação. O espaço interno do “eu” figurado como cheio de reentrâncias, estratos, figurações, tatuagens e cicatrizes que se imprimem sobre o corpo neutro da linguagem. Tanto o escritor, ele próprio, quanto seus personagens sofrem destes excessos que acometem os heróis do subsolo, excesso de consciência, excesso de sensibilidade, exibição despudorada da dor. Tudo o que vem de fora repercute em ecos amplificados nas dobras de sua subjetividade fissurada.
Barreto durante sua vida literária escreveu Clara dos Anjos, que foi escrito em três etapas: romance, conto e romance, este foi publicado após sua morte. Como menciona Hossne, (2002, p.51), “Este percurso permeia a vida do escritor de sua juventude até a morte precoce”.

A protagonista era filha do carteiro Joaquim dos Anjos e de Engrácia dos Anjos, do lar, ambos muitos humildes, sem grandes aspirações, viviam para zelar pela única filha, Clara. A história se passa no subúrbio carioca, onde a “rua desenvolvia-se no plano e, quando chovia, encharcavam que nem um pântano [...]. Tinha boas casas a rua”. Mas, a casa de seu Joaquim era bem humilde.
O conto sugere uma