Análise do caso Ana O. de Breuer — Psicanálise

Prelúdio: O valor do caso de Anna O. está nas ocorrências e desvendamentos inéditos para o inicio do conhecimento sobre a vida psíquica humana. Encontramos nele a descrição do surgimento das diretrizes técnicas do método catártico, inicialmente desenvolvido por Breuer e considerado por Freud, aquele a quem a Psicanálise deve sua emergência. Freud comenta sua parceria com Breuer e reitera sua responsabilidade diante do surgimento da psicanálise. Declara que Breuer só tomou a iniciativa de publicar o caso de Anna O. por sua influência. A psicanálise rompe com a psiquiatria, a neurologia e a psicologia do século XiX, no momento em que é descoberta uma manifestação corporal do psiquismo, e nisso a análise freudiana deixa o plano racional, anátomo-clínico do indivíduo. O princípio da técnica hipnótica empregada inicialmente por Freud foi o efeito da sugestão, o qual depende do estado físico e psíquico do paciente. Há um domínio depositado no médico que passa a dispor inteiramente do corpo do paciente. Tal domínio ,sobre a mente e o corpo do paciente, permite a eliminação dos sintomas, pois as causas além de serem psíquicas, são também inconscientes. Assim, a partir da técnica de Charcot, o método para eliminar os sintomas consiste em dar ao paciente, sob hipnose, uma sugestão que remova o distúrbio. (*Freud obtém uma bolsa de estudos, que utiliza para estagiar em Paris, com Charcot, que também utilizava a hipnose para tratar pacientes histéricos.Este Procedimento era visto com severa desconfiança.) Desse modo, surge a comunicação preliminar sobre o mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos.O caso que deu início a isso foi o de Anna O. (Bertha Pappenheim), paciente de Breuer, no momento em que Freud se formava em medicina e tinha seus interesses voltados para os estudos sobre a anatomia do sistema nervoso. Anna O. era filha de um paciente de Breuer. Em julho de 1880 seu pai adoece e fica sob a responsabilidade de Anna O, cuidar dele.