Análise balada de Gisberta de Pedro Abrunhosa

632 palavras 3 páginas
A poesia de Abrunhosa serve como janelas com lentes de aumento fazendo-nos enxergar através da ótica da arte acontecimentos pertencentes à realidade. O autor Expressa suas análises critico sociais através de palavras repletas de significado e beleza; a delicadeza e a força em cada uma destas levam-nos a uma profunda reflexão, despertando o que há de mais profundo e nobre em cada ser humano. Pedro importa-se em abstrair o que há de comum na sociedade, diz-se ser um narrador de histórias, das mais belas às mais atormentadas. Capta a alma de seu objeto-alvo e a transporta para as notas de uma poesia musicada, dando voz através da sua própria, aos que muito falam, sem nada dizer.
Tais traços, muito peculiares do autor, são facilmente notados em balada de Gisberta, história poetizada e musicada pelo artista, que transporta-nos aos últimos momentos da transexual homônima que teve a vida ceifada por 14 jovens garotos na cidade do porto.
Abrunhosa deixa que Gisberta nos lembre, através de sua voz, os gloriosos dias de sua mocidade, de como havia reconhecimento de sua beleza dentro dos palácios, de sua importância para os carnavais pelo samba carregado nos pés de quem dança com alegria. Fala dos sonhos construídos; de um futuro arquitetado e perdido de uma jovem e bela prostituta, quando o tempo leva consigo a formosura exterior: ponto chave do início de seu triste fim. A emoção toma conta do leitor-ouvinte, em cada frase. A forma com que Abrunhosa utiliza-se das palavras tem o poder de transportar-nos ao lugar onde Gisberta se encontra. por vezes, a impressão que temos é a de sentir a dor que esta sentiu enquanto sua vida tomava novos rumos. Pedro expõe-nos como a prostituta, já em idade avançada, está sem direção. Seus projetos foram-lhe arrancados e esmagados pelo preconceito instalado e alastrado como câncer em uma sociedade deficiente, que suga, enquanto pode, enquanto a beleza não é afetada pelo tempo, para depois descartar e lançar ao esquecimento. Em poucas

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