Antropologia

1. A escola enquanto espaço cultural pode ser vista como um resultado de confronto de interesses, de um lado a organização oficial do sistema de ensino; de outro, pelos sujeitos que a constroem socialmente. Através dessa afirmativa, podemos perceber como a escola é um espaço cultural heterogêneo, ou seja, um espaço onde existe a interação entre os sujeitos e a instituição, entretanto o ideal seria que os sujeitos não fossem apenas passivos diante dessa instituição. Porém, a instituição escolar acaba sendo reduzida em uma homogeneização dos sujeitos, haja vista que esta desvaloriza a bagagem cultural desses, impondo-os conhecimentos padrão, deixando de lado a realidade dos alunos, tratando-os como indivíduos iguais, sem distinção. Nessa perspectiva, instituição escolar, apesar de apresentar algumas flexibilidades com relação aos aspectos de sua cultura é um ambiente que tem em primeira instância, o interesse de impor sua cultura, a organização oficial do sistema de ensino, portanto, com seu padrão, se torna hegemônico nessa instituição.

2. Vera Maria Candau procura entender como se dão no cotidiano escolar as relações entre educação e cultura(s), por meio da análise e contribuição de três autores: Gimeno Sacristán, Pérez Gómes e Forquin. O autor Sacristán (1995) afirma que “a cultura escolar é mais que conteúdos”, nesse sentido ele chama a atenção para o fato de a cultura não representa apenas os conteúdos trabalhados na escola, ela é mais complexa, e envolvendo também, interações e intercâmbios presentes nas crenças, valores, atitudes e comportamentos de todos os sujeitos do contexto escolar. Ele apresenta a cultura escolar caracterizada como monocultural, ou seja, a escola só reproduz a cultura dominante, ela deixa de lado a cultura dos menos favorecidos, a cultura popular, ignorando problemas da sociedade como a fome, o desemprego, o racismo, a xenofobia, dentre outros; portando