Antropologia Interpetrativa

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Uma Descrição Densa: Por uma Teoria Interpretativa da Cultura - Clifford Geertz

Todo o estudo da antropologia surgiu em torno do conceito de cultura e é a redução desse conceito a uma dimensão justa, que assegure sua relevância continuada, que os ensaios escritos pelo autor são dedicados.
O conceito de cultura defendido no livro é essencialmente semiótico, sendo a cultura uma ciência interpretativa, à procura do significado, não deve, portanto, ser vista como uma ciência experimental em busca de leis.
Na antropologia, o que os praticantes fazem é a etnografia e, ao se compreender a prática da etnografia, é que se pode começar a entender a análise antropológica como forma de conhecimento.
A prática da etnografia é descrita pelos livros como o estabelecimento de relações, a seleção de informantes, a transcrição de textos, o levantamento de genealogias, o mapeamento de campos, a manutenção de um diário etc. No entanto, o empreendimento é definido pelo esforço intelectual que ele representa, sendo o método adequado à análise interpretativa da antropologia a descrição densa, noção emprestada de Gilbert Ryle.
A descrição densa consiste na maneira pela qual o antropólogo deve descrever seus estudos. O antropólogo deve descrever seu objeto de estudo considerando todas as particularidades que permeiam sua vida social. A ciência do antropólogo deve ser interpretativa à procura de significado, buscando explicar e interpretar expressões sociais que se apresentam como enigmas.
Portanto, quanto mais densa é a descrição, mais meios o antropólogo possui para legitimar suas teorias.
Ryle utiliza o exemplo do “piscar”, em que as piscadas (diferentemente de um “tic”) comunicam algo e de maneira bem precisa e especial: deliberadamente, a alguém em particular, para transmitir uma mensagem, conforme um código social e sem conhecimento dos outros à volta. Ele descreve várias possibilidades envolvendo as piscadas, demonstrando que as complexidades são possíveis e

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