Antraquinona e Polissulfetos
O processo kraft apresenta grandes vantagens em relação aos demais, tais como adaptação a todos os tipos de madeira, produção de polpas de alta qualidade com excelentes propriedades e resistências e um eficiente sistema de recuperação de reagente químicos e energia.
O odor é um dos principais problemas ambientais das fábricas de celulose. O processo Kraft apresenta emissões aéreas poluentes que incluem tanto gases mal cheirosos, como materiais particulados.
O melhor método de eliminação dos compostos mal cheirosos seria a completa remoção dos compostos de enxofre do processo Kraft o que o transformaria no processo soda.
O processo soda apresenta a desvantagem de baixos rendimentos e qualidade inferior da polpa celulósica em relação ao processo Kraft. Essas desvantagens são atribuídas ao tempo de deslignificação excessivamente longo e às altas temperaturas e às altas concentrações de soda necessárias para a produção de polpas que possam ser branqueadas. Porém, esse processo seria uma excelente solução de substituição ao processo Kraft, caso conseguissem melhorias na taxa de deslignificação, no rendimento e na qualidade da polpa. A Antraquinona, em adição ao processo soda e em condições otimizadas de deslignificação, tem-se mostrado como uma realidade para tais finalidades.
As reações da antraquinona durante o processo soda e kraft consistem basicamente na oxidação dos polissacarídeos da madeira e na hidrolise de ligações éteres da lignina. A antraquinona causa a oxidação do grupo redutor dos carboidratos, estabilizando-os em relação às reações de despolimerização terminal. Essa estabilização resulta em proteção destes contra reações de degradação e solubilização, consequentemente, causando um aumento do rendimento. A ação da antraquinona sobre a lignina é explicada pela reação de hidrolise das ligações B-éter, ocasionando a formação de fragmentos de lignina de menor massa