Antologia porética seculo xix

651 palavras 3 páginas
ESTES OS OLHOS SÃO DA MINHA AMADA

Estes os olhos são da minha amada: que belos, que gentis, e que formosos!
Não são para os mortais tão preciosos os doces frutos da estação dourada.

Por eles a alegria derramada, tornam-se os campos de prazer gostosos; em zéfiros suaves, e mimosos toda esta região se vê banhada.

Vinde, olhos belos, vinde; e enfim trazendo do rosto de meu bem as prendas belas dai alívios ao mal, que estou gemendo:

mas, ah! delírio meu, que me atropelas!
Os olhos que eu cuidei que estava vendo eram ( quem crera tal!) duas estrelas.

Cláudio Manuel da Costa

Teu Nome
Teu nome foi um sonho do passado;
Foi um murmurio eterno em meus ouvidos;
Foi som de uma harpa que embalou-me a vida;
Foi um sorriso d'alma entre gemidos!

Teu nome foi um echo de soluços,
Entre as minhas canções, entre os meus prantos;
Foi tudo que eu amei, que eu resumia,
Dores, prazer, ventura, amor, encantos!

Escrevi-o nos troncos do arvoredo,
Nas alvas praias onde bate o mar;
Das estrellas fiz letras, soletrei-o
Por noite bella ao morbido luar luar!

Escrevi-o nos prados verdejantes
Com as folhas da rosa ou da açucena!
Oh! quantas vezes n'aza perfumada
Correu das brisas em manhan serena?!

Mas na estrella morreu, cahio nos troncos,
Nas praias se apagou, murchou nas flores;
Só guardada ficou-me aqui no peito
- Saudade ou maldição dos teus amores.

JOSÉ BONIFÁCIO

Seus Olhos
Seus olhos, tão negros, tão belos, tão puros, de vivo luzir, estrelas incertas, que as águas dormentes do mar vão ferir;

seus olhos tão negros, tão belos, tão puros, de meiga expressão mais doce que a brisa, — mais doce que a frauta quebrando a soidão.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros, de vivo luzir, são meigos infantes, gentis, engraçados brincando a sorrir.

São meigos infantes, brincando, saltando em jogo infantil, inquietos, travessos; - causando tormento, com beijos nos pagam a dor de um momento, com modo gentil.

Seus olhos são negros, tão belos, tão puros, assim é que

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