Antitratado de cenografia

Quando falamos em cenografia estamos falando do espaço no qual ocorrera uma cena que ali será representada. Não sendo exclusivamente apenas o espaço, mas fazendo parte do conjunto instrumental do espetáculo. Este sendo conduzido por uma temática que definira os cenários e gênero representado. Buscando abrangir os temas mais variados e proporcionando fidelidade a todos eles, sendo uma peça teatral escrita a dois mil anos atrás ou a uma escrita nos tempos de hoje sempre se faz necessário que o cenógrafo busque retratar aquilo que é proposto e tornando uma cena real.
Porém uma cenografia só é “bela” quando não é apenas bonita, será assimilada como devera ser pelo espetáculo, lembrada como um detalhe fundamental do texto, um projeto em constante evolução. Que se adapta com o andar da apresentação, capaz de interagir com o espectador o transportando para o cenário, possibilitando que ele faça parte daquela cena.
O espaço na cenografia da Idade Média a partir do momento que ganha forma de espetáculo precisa sair da igreja por ter atingido um publico que não mais caberia dentro das mesmas.
Tornando o espaço ideal para isso as ruas e praças, continham palcos absurdamente grandes que por sua vez abrigavam diversos cenários representando lugares diferentes. Era uma cidade inteira mobilizada para um ritual místico, todos com algum envolvimento na cena, sendo artesões, artistas e todas as pessoas dispostas a contribuir com a encenação, às vezes chegando a exaustão e até mesmo sacrifício dos atores presentes no espetáculo. Eram eventos com um publico que girava em torno de cinco e oitenta mil pessoas.
Segundo Gianni o teatro só existiu quando temas que transcendiam o cotidiano agitaram os espaços a eles destinados. A Igreja Católica explorou isso muito bem, quando percebeu o medo de um inferno e a esperança de um paraíso.
A iluminação teatral também é chave importantíssima para um espetáculo, fazer com que todos pudessem ver o que o espetáculo apresenta e