Antiguidade Clássica

Partindo do pressuposto de que a vestimenta apresenta através do tempo formas resultantes das influências vigentes como arte, cultura, comportamento, sociedade e política; esta pesquisa pretende investigar através da história da indumentária e da arte, o redesenho da forma anatômica feminina no decorrer do século XIX.
O século XIX foi um palco de oscilações em vários setores, desde regimes políticos, cultura e sociedade, que mesclaram formas de pensar paradoxais. E a silhueta do corpo feminino vestido, trouxe nesse período formas variáveis, onde sua estrutura desde àquelas que lembram a antiguidade clássica até o desenho de uma ampulheta.
A forma do corpo vestido como objeto no espaço, e em movimento, é obtido através de sua estética tridimensional, relevos, depressões, concavidades e convexidades, que entre curvas virtuais, se movimentaram em várias partes do corpo da mulher, produzindo quadris imensos, traseiros empinados, contornos sinuosos e cinturas estranguladas.
O historiador James Laver desenvolveu um estudo sobre zonas erógenas mutáveis. O que instiga refletir sobre as mudanças causadas no corpo em função das vestes no século XIX, são as divergências com o caráter comportamental. Conclui-se isso, de acordo com a indumentária da época.
Já na figura do homem, percebemos que este surge como principal figurante, grande empreendedor, completamente envolvido nos ideais burgueses.
O oposto do século passado, que na vestimenta se percebia os dois sexos preocupados com a vaidade, no século XIX o homem se apresenta vestido de maneira sóbria e séria, o próspero homem de negócios transfere para a mulher vestida o dever de ressaltar suas riquezas e poder, como se fosse uma vitrine.
Mas passeando pelo Período Romântico, a mulher confinada à cultura feminina em vigor, que contempla o recato e pudor, se torna esculpida sob um olhar que corporificou formas indevidas com sua atitude, possivelmente idealizadas à partir da fantasia erótica masculina.