anos 50

Anos 50_Arquitectura moderna em Portugal
Sinais da contaminação do Pós-guerra
Situação Político-Cultural
O fim da Guerra, desenha um tempo de agitação cultural, que torna o final da década de 40 particularmente significativo na reflexão da arquitetura moderna em Portugal. A partir de 1945 processa-se uma cisão na vida nacional que a arte em certa medida refletia e propunha7. A euforia da libertação, marcou os jovens de então, aproximando-os tanto no domínio estético como civico8.
Os Arquitectos, as “Gerais” e o Neo-realismo
O entendimento do papel de dura consciência ética e cultural protagonizado pelas “Gerais”, é fundamental para analisar a arquitetura, também na sua relação com as outras artes e para compreender a dimensão social da profissão, proclamada pelos arquitetos e assumida colectivamente daí a dois anos, no grande debate interno, o I Congresso Nacional de Arquitetura, onde as artes voltam a aproximar-se, a perder alguma coisa do seu exclusivismo, a viver de certo modo em função uma das outras, como expressões diferentes, buscando agora o caminho da sua integração descobrindo de novo o valor da cooperação e da unidade. E o abismo que parecia erguer-se entre o pintor abstracto e o pintor de cartazes, entre o escultor e o arquiteto, entre o fotógrafo e o aguarelista desaparece aos poucos ante as necessidades da vida”14. Assim se foi forjando uma cumplicidade democrática entre “artistas”
…muitos dos arquitetos da nova geração que assim viram o meio formal e socialmente certo de aplicar os ideais estéticos e funcionalistas do Movimento Moderno em Arquitetura. Reclamando como ideia de esquerda e libertadora, o conceito de realismo é entendido de um modo positivo como um imperativo ético, numa atenção aos factos tal como são, numa busca de verosimilhança da tradição (recuperando esquemas populares, visando personagens comuns ou arquiteturas vernáculas), numa luta ambígua contra todo o formalismo e por isso conduzindo ao compromisso com um desenho