Anaximandro e o apeiron

Filosofia Antiga I

Relação entre o ápeiron e o cosmos em Anaximandro

Anaximandro, filho de Praxíades, nasceu em Mileto (antiga cidade da Ásia Menor, sul da Jónia, atualmente Turquia) em aprox. 611 a.C.. Discípulo, pupilo e sucessor de Tales, foi influenciado pelas suas ideias. Tal como em Tales o seu pensamento distancia-se da mitologia e carateriza-se pela tentativa de compreensão sobre a realidade, a natureza e a experiência humana. Embora não tenham chegado até nós obras de Anaximandro sabemos que foi autor de ‘Sobre a Natureza’ (título empregue a outras obras de outros autores desta) e o seu pensamento chega-nos por forma de testemunho de posteriores filósofos. Filósofo pré-socrático, é também apelidado de ‘Pai da Cosmologia’ pelas suas formulações sobre o cosmos consideradas pioneiras. Destacou-se em várias outras áreas entre elas: a geografia, a matemática, a política e a astronomia. Na ciência destacou-se por, entre outros feitos, ter assinalado solstícios e equinócios com recurso a um gnómon, por si inventado e instalado, nos Relógios de Sol de Esparta. Com este trabalho, pretendo relatar as suas convicções sobre o elemento primeiro e último da natureza e como este se relaciona com a sua formulação do cosmos.
Anaximandro partilhava com Tales, Heraclito e Anaxímenes, por exemplo, o princípio monista. O monismo carateriza-se por admitir a existência de uma substância única na composição de tudo o que existe no universo. Este princípio opõem-se assim ao pluralismo, que adota a diversidade de fundamentos e de substâncias para a explicação do universo e ao dualismo que admite a existência de duas entidades independentes na criação – espírito e matéria. Na sua busca pela compreensão da realidade e da diversidade de todas as coisas, Anaximandro, admitia uma causa para a natureza, a substância fundamental. Esta substância distinguia-se das de Tales e Heraclito (respetivamente água e fogo) na medida em que não era visível. Para ele o archê seria uma