Analíse Estruturalista em: O arco e o Cesto

Analise Estruturalista em: O arco e o cesto
Ao se fazer uma leitura detalhada do texto em questão é possível notar claramente a presença de pressupostos estruturalistas na construção do texto.
O primeiro destes pressupostos é a dos pares de oposição, segundo Clastres:
“Uma oposição muito clara organiza e domina a vida quotidiana dos Guaiaqui: aquela dos homens e das mulheres cujas atividades respectivas, marcadas fortemente pela divisão sexual das tarefas, constituem dois campos nitidamente separados e, como, aliás, em todos os lugares complementares.” (Clastres, 2003)
Nesta citação já esta presente o principal aspecto do estruturalismo da antropologia, que é dos pares de oposição, e isso é explicitado no desenrolar do texto mediante as situações apresentadas, onde a caça e a coleta são tarefa dos homens e das mulheres, respectivamente, não são estes somente os pares de oposição presentes no texto, também é possível notar outros, como: canto da noite e canto de dia, acampamento e floresta, arco e cesto, o negativo e o positivo, a primeira pessoa e a segunda pessoa, à frente e atrás.
O segundo dos pressupostos é a reciprocidade, presente juntamente com um primeiro tabu: É recíproco que o homem não possa tocar o cesto e que a mulher não possa tocar o arco, com a punição de se ter azar na caça, atividade que é base da economia dos Guaiaqui.
Outro dos pressupostos do estruturalismo é a presença de uma dimensão simbólica que atua sobre todas as esferas da vida dos guaiaqui, desde a proibição dos objetos utilizados apenas pelo sexo oposto, até o nível onde é expressa mais claramente que é o da fala, expresso no canto tanto dos homens quanto no das mulheres.
Outro tabu presente neste texto é o do caçador em relação à sua própria caça, pois um caçador jamais poderá comer a sua própria caça com o risco de não poder mais caçar, logo as relações de trocas, que aparecem como recíprocas dentro do pressuposto acima citado, entre os membros da tribo são a base da