Analise kaspar hauser Platao

Werner Herzog nos apresenta Kaspar Hauser, uma referência clara a Alegoria da Caverna de Platão, o que é demonstrado pelo fato do protagonista estar em seu calabouço, sem conhecer outra realidade e por conta disto não ter a capacidade de questionar a realidade em que vive. Além do que apesar de Kaspar não saber andar, ele se traz acorrentado, e na penumbra em que vive, entra um foco de luz por uma espécie de janela exatamente como a realidade criada pelo filósofo, assim este vive também nesta realidade fabricada.

Kaspar se apresenta como um enigma para a sociedade da época e porque não dizer dos dias atuais, como é proposto a alunos e professores.

Habitando em sua caverna, emite sons primitivos, como o grunhido mencionado por Bordenave, e por não ter passado ainda por nenhum processo de socialização, vive uma espécie de zoomorfismo, com instintos básicos de sobrevivência tal a necessidade de água e alimento, porém é observada uma infantilização em seu modo de brincar, como em nenhum momento, enquanto ele habita o porão, é mostrada a presença de outros humanos ou crianças, sendo assim como ele aprendeu a brincar?

Assim como a citação a respeito do silêncio e o vento no matagal, podem remeter a um devaneio da alma, alguns enigmas talvez nunca sejam esclarecidos.

Apesar de viver esta realidade distinta, certo dia um homem que tem acesso ao calabouço se propõe e libertar Kaspar, tenta ensinar-lhe alguns significados e significantes, como escrever, utilizando o modo de repetição igual ao que é usado para educar as crianças, vale-se de estímulos positivos e negativos, o positivo é a voz amena e o negativo é o golpe com a bengala, inibindo Kaspar de continuar sua ação, semelhante ao processo de adestramento de um cão em que são utilizadas expressões dóceis para indicar o comportamento esperado e a repreensão com palavras mais duras, além do sinal de desaprovação com a cabeça demonstrando que o objetivo não foi alcançado de acordo com a expectativa.

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