Analise do filme o discurso do rei
O discurso do rei trata-se de uma história do Rei George VI, que, por conta de problemas de gagueira, não consegue discursar em público. Apesar dos exercícios da fonoaudiologia, o terapeuta sabe que as razões principais para a gagueira do rei são muito mais emocionais do que físicos. A sinceridade com que exerce seu ofício e o comprometimento já parecem lhe atribuir condições de realizar o atendimento. É neste momento que o terapeuta cria um vínculo perfeito com seu paciente, o auxiliando da forma mais honesta. O papel do psicanalista, portanto, é auxiliar o paciente a encontrar a confiança para o tratamento. No filme, a voz de George VI se torna mais firme conforme sua confiança em relação ao terapeuta aumenta. No momento que o rei acredita no papel de seu analista, ganha confiança e se sente abraçado. A presença do outro, que passa a conhecer sua história e lhe compreender, lhe dá a segurança para se expressar. É neste momento que a análise funciona e ocorre um momento sagrado entre terapeuta e paciente.
São claros os momentos de transferência, resistência e a necessidade de o analista em tratar o paciente como igual. Apesar de rei, quem dava as cartas no consultório era o terapeuta, que se manteve firme ao olhar seu paciente como um ser humano como outro qualquer, sem coroas ou tronos a interferirem em seu trabalho (fator fundamental para a psicanálise).
No final, o laço terapêutico se fecha com a confiança do paciente. Se o discurso do rei é a voz de um povo, o discurso do terapeuta tem o papel de ser uma voz que desperta o analisando para o mundo dos seus próprios desejos. No filme, George VI precisa apenas do apoio de um homem que lhe enxergue de verdade, sem as fantasias de um rei.
O “terapeuta” em questão não é psicólogo, não tem título, não é certificado. No entanto, durante todo o processo, podemos identificar uma relação terapêutica. Aos poucos o cliente é levado a se dar conta de que sua