Analise do Discurso sobre as Ciências

Boaventura Sousa Santos em seu texto propõe uma nova visão da ciência, uma reflexão sobre a forma que a propagamos e o modo que ela é utilizada. Na introdução ele nos pede para voltar às coisas simples e a formular perguntas que como Einstein dizia só uma criança seria capaz de fazer, mas depois de feitas trazem uma “nova luz à nossa perplexidade”.
No “paradigma dominante” ele questiona o modelo científico criado a partir do século XVI, que se afasta das questões humanas e da natureza, sendo oposta ao senso comum e mostrando-se um modelo autoritário que nega todas as formas de conhecimento que não se pautarem nos princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas.
A crise do paradigma dominante é o resultado de várias condições, sociais e teóricas. Boaventura aponta quatro condições teóricas que contribuíram para esta crise: A teoria da relatividade de Einstein, a mecânica quântica, o questionamento do rigorismo matemático e o avanço do conhecimento nas áreas da microfísica, química e biologia na segunda metade do século XX.
O paradigma emergente é apresentado novas hipóteses para o conhecimento:
1. Todo o conhecimento científico-natural é científico-social: O conhecimento do paradigma emergente procura superar as distinções das ciências e fazer com que as duas vertentes caminhem juntas. A distinção entre ciências naturais e ciências sociais deve terminar, pois não há mais sentido para tal separação. Ex: Aborto, perícia, costumes...
2. Todo conhecimento é local e total: O conhecimento restrito torna a pessoa um “ignorante especializado”, que não é capaz de saber nada além da sua especialização. Boaventura afirma que o conhecimento pós-moderno constitui-se de uma pluralidade metodológica. Ou seja, torna a pessoa conhecedora de forma geral. É importante possuir conhecimentos gerais.
3. Todo conhecimento é autoconhecimento: O objeto, aquilo que é estudado, é a continuação do sujeito, aquele que estuda. É impossível ser imparcial, como nas sentenças