Analise do conto "O paroara"
Peregrino júnior foi médico, jornalista, professor de medicina e escritor. Ocupou cadeira na Academia Brasileira de Letras e na Academia Nacional de Medicina. Ainda muito jovem, por consequência de uma crítica que escreveu contra a direção da escola onde estudava em Natal, foi expulso e teve que continuar seus estudos em Belém, PA. Após a conclusão do ensino básico, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde teve participação em vários jornais, foi no Rio também que formou-se médico. Com essa pequena biografia do escritor do conto analisado podemos observar a trajetória de deslocamento que ele próprio teve e a qual submete o personagem principal da narrativa. Vejamos o que o deslocamento do personagem significa em termos de cultura de sociedades de tradição oral.
O conto “O Paroara” resume o drama do nordestino que sai do sertão em busca da promessa de ganhar dinheiro como seringueiro na Amazônia. A narrativa mostra a vida sofrida do seringueiro que vive muitas privações na esperança de ter saldo com o seringalista para regressar a sua origem. Não tinham direito as terras onde viviam, não tinham acesso a saúde, curavam-se com o que a natureza lhes oferecia ou morriam largados a própria sorte, viviam em regime de escravidão, abandonados por Deus. Sebastião, o Paroara, era mais um infeliz a quem a sorte virou as costas.
Sebastião era um rapazote que não precisava preocupar-se com trabalho. Seus pais tinham uma fazenda e não lhe faltava nada, tinha desde o que comer até o cavalo selado para passear. Mas um dia, em uma festa de São João, apaixonou-se por Ziloca. O caso é que os pais do casal apaixonado, por ocasião do destino, ficaram rivais na política e proibiram o casamento dos dois. Sebastião, desiludido com a paixão proibida, resolve ir embora para a Amazônia, é agora um Paroara. Trabalhou no corte da seringa, juntou fortuna e agora podia buscar Ziloca para viver com ele. Mais