Analise do Caso Marco Feliciano

Não é novidade que o parlamentar Marco Feliciano, do Partido Social Cristão (PSC-SP), vem enfrentando inúmeros protestos em prol da sua renuncia devido às suas declarações racistas e homofóbicas. Sob protestos de militantes e com uma votação a portas fechadas, o pastor Marco Feliciano foi eleito para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). Essa eleição, entretanto, parece ser nada mais que uma cortina de fumaça para desviar a atenção da mídia de outros casos de corrupção, contribuindo, entretanto, para dar um espaço ainda maior à bancada evangélica.
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias tem como atribuições discutir e votar propostas de lei que se relacionem com a temática da comissão. Monitorar, promover e fazer a manutenção dos direitos, liberdades e garantias inerentes ao ser-humano, realizar pesquisas referentes ao estado dos Direitos Humanos no Brasil e no mundo e cuidar de assuntos referentes a minorias étnicas e sociais, como a comunidade indígena, os homossexuais e deficientes. É, portanto, o objetivo principal da CDHM, contribuir para a efetivação dos Direitos Humanos e, parte do principio de que todo ser-humano possui direitos básicos que devem ser protegidos pelo Estado e a comunidade internacional. É no mínimo controversa, portanto, a eleição de um parlamentar conhecido por seu posicionamento contrário a essas mesmas minorias, para a presidência do supracitado órgão.
Convidado nesta quinta feira (28) do programa “Agora é Tarde”, o pastor diz que não gosta de ver dois homens se beijando e criticou o que chamou de “movimento LGBT nas redes sociais”. As declaraçõesdo pastor se mostram claramente influenciadas pela célula evangélica que ele representa, mas como representante do poder político, pode o parlamentar se permitir influenciar por sua religião quando deveria manter a racional laicidade que seu cargo pressupõe?
O caso tomou proporções gigantescas, de forma que a votação e os e-mails que pedem a renúncia do parlamentar da