Analisando O Artigo De An Sio Teixeira Na D Cada De 20 E 30

Analisando o artigo de Anísio Teixeira na década de 20 e 30, pude perceber que as críticas que ele faz ao passado educacional brasileiro, é reflexo do seu entendimento sobre os caminhos percorridos pela sociedade naquele momento e sobre o papel da educação neste processo. Para ele, o mundo passava por mudanças radicais que colocavam a necessidade de construir um novo sistema de ensino. Nesse caso deveria libertar o país de tudo aquilo que estava impedindo o seu progresso. Havia a necessidade, portanto, de destruir a estrutura política e educacional anterior, para construir um sistema nacional de educação, pautado na valorização da técnica e da ciência.
Entretanto, ao lado da escola primária, continuava a existir a escola tradicional, a escola clássica, com seus alunos selecionados, não em virtude de seus talentos, mas de sua posição social e de seus recursos econômicos. Na Europa, sobretudo na França, os dois sistemas escolares correspondentes a estes dois modelos de escola coexistiam, lado a lado, separados em destaques, mesmo quando vieram a ser mantidos pelo Estado.
A escola primária, as escolas normais e as escolas de artes e ofícios constituíam o sistema popular de educação destinado a ensinar a trabalhar e perpetuar o modesto status social das classes mais humildes. As classes "preparatórias" (primárias), os liceus, as grandes escolas profissionais, a escola normal superior e a universidade constituíam o outro sistema, destinado às classes abastadas e à conservação do seu alto status social. Assim, o ensino com base no saber literário, erudito e intelectual, e que coexiste e divide espaço com o ensino de preparação técnica e científica no Brasil, nada mais é do que um resquício de um passado distante que, com o desenvolvimento da ciência, da técnica e da indústria, tende a desaparecer.