Análise russia-brasil
Em junho de 2011, a Rússia impôs uma restrição que impedia a importação de carne de três estados brasileiros (Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso) ao país, já que faziam uso de uma substância (ractopamina) para acelerar o crescimento do gado.
Em troca para retirar o embargo, Vladimir Putin e o primeiro-ministro Dmitri Medvedev propôs para que, se Dilma Roussef quisesse voltar a exportar carne à Rússia, teria que fazer a compra de armamentos russos.
O Brasil por não ser um país que investe muito em sua área de proteção militar teve isso visto como uma brecha pela Rússia, para forçar um acordo, sendo que só assim a restrição da carne seria retirada. Os dois países assinaram um acordo, que seria uma cooperação na área de defesa antiaérea, que deve resultar na compra, pelo Brasil, nos próximos anos, de baterias antiaéreas russas.
A Rússia também está usando esse acordo feito com o Brasil como uma porta de entrada para a venda de armamentos para os países da América Latina.
Analisando a relação Brasil-Rússia com o dilema do prisioneiro, percebe-se uma estratégia Tit-for-Tat, em que a restrição imposta pelos russos foi uma retaliação ao Brasil pelas dificuldades impostas para a Rússia nas negociações para a OMC.
É uma forma vingativa de se lidar, e dar o troco na mesma moeda. Como após a retaliação o oponente (Brasil), se comportou bem, fazendo o possível para ser perdoado, a Rússia se engaja num comportamento cooperativo, e cai num jogo de não soma-zero, em que as negociações podem trazer ganhos para todos, mesmo que sejam