Amor em salvação

Trataremos de comparar as obras “Amor de Perdição” e “Amor de Salvação”, ambas do autor português Camilo Castelo Branco. O foco da análise será dado à representação do amor dos personagens principais.

As obras pertencem ao romantismo e ilustram os ideais da terceira fase. Assim, as duas obras caracterizam o amor através do triângulo amoroso formado pelos personagens principais, traço decorrente nas obras do autor.

Antes de partirmos para a análise comparada dos personagens principais das obras em estudo saibamos um pouco sobre a vida, obras e escola do autor.

Camilo Castelo Branco é um modelo na linguagem literária de sua época fundamental na história da prosa de ficção portuguesa, principalmente como romancista.

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu em Lisboa em 16 de março de 1825. Perdeu os pais muito cedo, tendo muitas dificuldades na infância e adolescência. Casou-se aos 16 anos, mas logo se separou e foi tentar fazer medicina no Porto (1844) e direito em Coimbra (1845) e viveu com outras mulheres.

Para prover o sustento Camilo Castelo Branco fez jornalismo no Porto e, tomado durante meses pelo fervor da religião, em 1850 entrou para um seminário, mas rapidamente trocou pela boêmia portuense e a leitura de escritores franceses.

A louca paixão por Ana Plácido, casada com um comerciante, levou à prisão dos dois por adultério (1861), na cadeia da Relação. A união, porém, se consolidou, e foram viver em Lisboa, mais tarde em São Miguel de Seide, enfrentando muitos problemas financeiros.

Camilo Castelo Branco fez de tudo para viver da literatura. A concessão em 1885 do título de visconde de Correia Botelho não lhe melhorou as condições de vida, agravadas pela doença e pela ameaça de cegueira, além da melancolia crescente e autodestrutiva.

Depois de saber que ficaria definitivamente cego Camilo suicidou-se em São Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão, em 1º de junho de 1890.

Na primeira fase de produção Camilo Castelo Branco deu a suas novelas