Amazônica e belle époque
Esta publicação é parte da Coleção DESCOBRINDO O BRAISIL (Jorge Zahar Editor), a qual aborda temas da história e da cultura brasileiras e, sem dúvida, contribui para desvelar singularidades da realidade nacional, enriquecendo o acervo bibliográfico e a memória nacional. Nesse âmbito, vale ressaltar ainda que o ritmo agradável e a linguagem acessível da narrativa de Daou, cuja formação acadêmica em Geografia e Antropologia aliada à naturalidade amazonense lhe conferem legitimidade na abordagem do tema, e suponho um carinho especial pelo estudo, pois se trata afinal, de conhecer um pouco de sua própria identidade manauara. Para isso, ela recorre a pesquisas bibliográfica, documental e icnográfica para instituir densidade e precisão de fatos, datas, análises e outros conteúdos presentes em seu livro.
Neste particular, me identifico com o texto por condição semelhante, uma vez que, nascida em Belém do Pará, reportar-me a ao ciclo da belle époque, cujo legado arquitetônico e urbanístico ainda pode ser contemplado em logradouros e parques locais, é revisitar a história
1 Assistente social, Drª em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professora adjunta da Universidade Federal do Pará/Faculdade de Serviço Social.
Norte Ciência, vol. 2, n. 1, p. 115-118 (2011)
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dessa capital, reconstruindo a memória de um tempo em que nossas respectivas cidades foram referências de urbanização e sociabilidades equiparadas às “cidades luzes dos trópicos”.
O teatro Amazonas em Manaus e o Teatro da Paz em Belém são legados deste ciclo, como patrimônios emblemáticos que marcaram o período e que sobrevivem a dois séculos, encantando novos e velhos expectadores com sua imponência e